Fazenda debate novos modelos de financiamento para desenvolvimento sustentável
Pasta promoveu painel sobre aplicação de fundos públicos e filantrópicos como forma de impulsionar investimentos
O Ministério da Fazenda realizou, neste domingo (3/12), um debate sobre modelos de financiamento para projetos de sustentabilidade. O painel “Conectando os pontos: financiamento climático por meio de blended finance” ocorreu no Pavilhão do Brasil na 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (COP28), que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, mediu o painel.
“O capital e os esforços necessários para alcançarmos os objetivos do Desenvolvimento Sustentável não virão de uma única fonte, natureza ou perfil de investidores, exigindo que os atores públicos, privados e sociais ressignifiquem seus papéis e aprendam a operar de forma coordenada para gerar sinergias e soluções”, pontuou a secretária.
O objetivo do painel foi promover a troca sobre oportunidades e instrumentos necessários para aumentar o capital catalisador de fontes públicas ou filantrópicas para investimento em tecnologias limpas, infraestruturas de baixo carbono, modelos de negócios sustentáveis e medidas de adaptação para criar soluções sociais e benefícios ambientais.
A expressão “blended finance” tem ganhado repercussão nos debates econômicos nos últimos anos, representando a conjugação de investimentos públicos ou filantrópicos que atraiam e atuem em sinergia com o capital privado. Para Rosito, estes novos instrumentos representam um movimento mais amplo de redefinição da forma de interação entre Estado, mercado e sociedade civil.
“As estruturas de blended finance têm potencial benefício para além da ‘simples’ atração do capital privado. A atuação colaborativa do setor público, privado e do terceiro setor fortalece a atuação individual de cada um desses setores e pode ser fundamental para o enfrentamento de desafios de alta complexidade”, complementou a secretária.
Participaram do painel o vice-diretor executivo do Green Climate Fund, Henry Gonzalez; a diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade, Maria Netto; o presidente do Instituto Igarapé, Ilona Szabó; e a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ao final do debate, que teve duração de cerca de 1h, o painel foi encerrado por uma palestra do responsável pela direção estratégica do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, Danny Alexandre.