Fusões aumentam poder das empresas
Tendência da economia mundial se caracteriza no País; no Paraná, reconhecimento da marca Leão Junior determinou aquisição da pela Coca-Cola
Andréa Bertoldi
A possibilidade de competir no mercado globalizado é uma das razões do processo de fusão e aquisição de grandes empresas no mercado mundial que começa a chegar ao País. Segundo especialistas, as fusões permitem que as empresas tenham mais escala e acesso a mercados diferentes. Além disso, podem levar a uma elevação da geração de receita, à redução de custos e aumento do poder de barganha junto a fornecedores.
Hoje também há uma necessidade grande de aumento da eficiência. O diretor de Investment Banking do HSBC do Brasil, Eduardo Rangel, disse que também há mais recursos no mercado de capitais para as empresas que estão mais fortalecidas, além de conseguirem desenvolver novos produtos e tecnologias. ''Estamos observando uma abertura da mentalidade dos empresários para realizar associações entre companhias ou a participação de minoritários em empresas maiores'', disse. Ele destacou que há empresas brasileiras com expansão internacional.
O assunto foi debatido durante Feira de Gestão, promovida pela FAE recentemente em Curitiba. O analista de mercado da superintendência de proteção e orientação aos investidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Felix Arthur Garcia, destacou que, com a globalização, as empresas precisam crescer e se unirem para competir fora do Brasil. Ele ressaltou ainda que o mercado de capitais ganha uma importância cada vez maior. ''As empresas têm utilizado cada vez mais o mercado de ações para captar recursos'', destacou.
Uma empresa paranaense que passou recentemente por processo de fusão foi a Leão quando foi comprada pela multinacional Coca-Cola em março de 2007. O diretor administrativo financeiro da Leão, Hélio Luiz Corrêa, afirmou que a Coca comprou a companhia paranaense pelo reconhecimento da marca de 108 anos e pela qualidade dos produtos, além de ser uma empresa líder no segmento que atua e sólida financeiramente.
''Encontramos na Leão uma área de pesquisa e desenvolvimento com muito conhecimento'', disse Corrêa. Segundo ele, uma das dificuldades encontradas foi a diferença de culturas entre uma empresa familiar e outra multinacional.
A nova fábrica de chás secos da marca deve ser inaugurada na primeira quinzena de novembro em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, e desativará a unidade que funciona na Capital. No processo de fusão não houve cortes de funcionários. A gestão financeira e a distribuição da Leão continuam de forma independente da multinacional desde a compra.
Uma mudança que deve ser implantada na Leão a partir de janeiro de 2010 é o Sistema de Gestão Integrada (SAP). Segundo ele, a empresa do Paraná tinha uma sistema mais ''caseiro''. Agora, esse novo sistema vai proporcionar ferramentas de controle mais eficazes.