Área do Cliente

Área do administrador
Horário de Funcionamento De segunda a sexta-feira
Das 8h30min às 12 horas e das 13h30min às 18 horas

Renda fixa foi a campeã em rentabilidade em junho

Mas no semestre, os líderes do ranking de investimentos foram o ouro e o dólar - e a bolsa de valores encostou no retorno dos fundos DI

Com a taxa básica de juros do país em 13,75% ao ano - e a perspectiva de ao menos mais um aumento em julho - a renda fixa foi a melhor aplicação do mês passado, segundo ranking elaborado por Fabio Colombo, administrador de investimentos. 

No mês, os títulos públicos do Tesouro Nacional atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) entregaram um retorno médio bruto de 1,20% a 1,35%, dependendo do prazo do papel. No ano, essa aplicação rendeu 9,25%. Este título paga a variação do IPCA e mais um cupom de juros, e nesse cenário de inflação resistente, ofereceu o melhor retorno. 

Se considerado o semestre, o ouro foi o líder do ranking, com valorização de 17,25%. No mês passado, no entanto, o metal caiu 2,47%. 

Das aplicações que pagam juros, quem também ofereceu um bom rendimento bruto foi o fundo de renda fixa, de 1% a 1,15% em junho, dependendo da composição da carteira e da taxa de administração. No ano, o retorno foi de 6,73%

Os fundos referenciados DI (Depósito Interbancário) também tiveram um bom desempenho, com rendimento bruto de 0,95% a 1,10% no mês, que varia de acordo com a taxa de administração. No primeiro semestre deste ano, rendeu 6,01%.

Essas aplicações tiveram melhor desempenho do que o CDB (Certificado de Depósito Bancário, um empréstimo do poupador aos bancos). A rentabilidade desta aplicação depende do valor investido e do risco de crédito do banco emissor.

Em junho, a remuneração indicativa do CDB ficou entre 0,90% a 1,05%. No ano, no entanto, a rentabilidade foi de 5,77%, ainda acima da inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), de 4,33%. 

Quem perdeu do IGP-M no ano foi a caderneta de poupança com aniversário em 1º de julho, que rendeu apenas 3,70%. Em junho, a aplicação mais popular do país teve retorno líquido de 0,68%, quase empatado com os 0,67% do IGP-M.

"Nosso juro real ainda é o maior do mundo. Ainda recomendamos aos clientes aplicar em taxas de juros e tomar cuidado com a bolsa. O cenário do próximo semestre é ainda complicado. Será difícil para a bolsa bater o CDI (Certificado de Depósito Interbancário)”, diz Raymundo Magliano Neto, diretor presidente da Magliano Corretora. 

Ele diz que poucas empresas na bolsa conseguirão dar retorno de 14% no ano com o PIB (Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços produzidos pelo país) em queda estimada de 1,1% neste ano. Magliano afirma que há oportunidades ainda em letras de crédito e CDBs pré e pós-fixados, com os quais é possível fazer um mix de estratégias. 

Para Colombo, no próximo semestre a renda fixa deve melhorar em termos de rendimento real, já que a inflação em algum momento começará a declinar enquanto os juros tendem a permanecer em patamar elevado. “Mas não será fácil”, diz.

SEGUNDO SEMESTRE SERÁ DE INCERTEZAS PARA A BOLSA

A tensão sobre a situação na Grécia – que decidiu pelo calote na dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional) nesta terça-feira (30/6) – inverteu o rumo da bolsa de valores em junho. Apesar disso, ela encerrou o mês positiva em 0,61%. 

No semestre, devolveu ao investidor 6,15% e encostou no retorno bruto dos fundos DI.  Neste período, quem contribuiu para a alta do Ibovespa (principal índice de ações do mercado financeiro) foram os papéis da Petrobras, que subiram 27,15% (ação preferencial, PN) e 46,7% (ação ordinária, ON).

“A ação da Petrobras estará muito volátil no próximo semestre, já que o plano de investimentos acabou de sair. Será preciso ver as novas projeções sobre a produção de barris de petróleo. A empresa será menor no futuro. Ainda não foi divulgado o que será vendido. Há muito para acontecer no semestre”, afirma o diretor presidente da Magliano.

Outro tema que estará em pauta é a mudança de juros nos Estados Unidos pelo Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), que vai afetar todas as bolsas, não só a brasileira. “E no Brasil, o assunto político ainda terá muito peso. Será preciso saber se a Operação Lava Jato vai chegar ao Planalto ou não. Então, recomendo a bolsa só para quem tem um longo prazo mesmo, para quem não precisa do retorno antes de três ou cinco anos”, afirma Colombo. 

A decisão sobre os juros norte-americano e o calote grego também influenciarão o movimento do dólar, que tende a se valorizar. No mês, fechou em queda de 2,45%, mas no semestre acumulou alta de 16,83%.

Emílio Garófalo Filho, diretor do Banco Ourinvest e ex-diretor do Banco Central (1990), diz que a projeção para o dólar no fim do ano é de R$ 3,50. “Se o Fed subir os juros no próximo semestre, o dólar pode chegar a R$ 3,70 ou R$ 3,80, o que será bom para os exportadores”, diz. 

Quem também deve perder valor no próximo semestre, com o calote da Grécia e suas consequências, é o euro, que caiu 0,89% no mês, mas acumulou alta de 7,40% no semestre.

“Há um ano, um euro valia US$ 1,40 e neste ano US$ 1,10. Com a piora da situação da Grécia, é possível que a moeda chegue ao valor de US$ 1,01”, afirma Garófalo.