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Pare de resistir às ideias alheias e faça do consultor um aliado

Ter clareza sobre para onde quer levar a empresa é o primeiro passo para tornar o convívio com este profissional produtivo;

Autor: Priscila DadonaFonte: Brasil EconômicoTags: empresariais

O convívio entre empresários (ou executivos) e consultores é complexo e merece atenção. Muitas vezes, por falta de conhecimento, o profissional é visto como o “salvador da pátria” e, quando a situação da organização não é resolvida a contento, vira o vilão da história. Na maioria das vezes, isso ocorre, segundo José Luiz Amaral Machado, da Gerencial Consultoria, porque o consultor aparece quando os problemas já estão comprometendo a saúde da companhia. “O empresário ou empreendedor vê que não tem condição de conduzir sozinho o negócio e se rende”, completa. Segundo os especialistas, contratar um serviço de consultoria quando tudo vai mal é um dos principais erros cometidos, uma vez que o trabalho de um consultor vai além de salvar a empresa. “Ele entra como o salvador, o papai do céu — e não é esse o papel dele.” Para Luiz Claudio Binato, especialista em gestão de pessoas e fundador do Instituto de Administração (Instiad), um consultor é um recurso que as empresas têm à disposição para melhorar os resultados. “Ele é uma ferramenta externa e representa um olhar diferente da cultura da empresa. Está ali para oxigenar, provocar um novo modelo mental nos atuais gestores. Mesmo que tudo vá bem, o consultor sempre pode ajudar a melhorar.” Um bom consultor consegue esta proeza porque está de fora da organização e consegue mostrar aquilo que realmente falta à empresa. “Não esperamos que venha aqui para nos agradar e nos satisfazer mostrando apenas as coisas boas e não as ruins. Queremos ter ganho de eficiência, produtividade, só contratamos para atingir excelência que ainda não temos em alguma área que seja importante do ponto de vista estratégico”, afirma Fernando Andreatta Torelly, superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, instituição com 85 anos de existência e cerca de 2.700 funcionários.

Mas quando um empresário deve contratar um consultor?

Binato responde a esta questão com ênfase: “quando ele sabe exatamente para onde quer ir”. Desta forma, segundo o especialista, o consultor já começa o trabalho com uma visão clara do seu trabalho. Assim, ele evita se transformar no vilão, o grande culpado se algo não der certo. É importante que o empresário — ou o presidente — não coloque a vida da empresa nas mãos de um único profissional, mas dele próprio e de seus funcionários. “Ele precisa entender que o consultor é um apoio, um suporte.” É exatamente com esta visão que o empresário Valter Pieracciani, diretor da Pieracciani, consultoria de gestão, contratou Marta Schonhorst, ex-técnica de seleções olímpicas, para criar um programa de treinamento em sua empresa baseada no conceito de times de alta performance, como o que Marta aplicava no treinamento das meninas da ginástica olímpica. A proposta era crescer cerca de 10% ao ano. E, segundo Pieracciani, o trabalho, que começou há três anos, já deu resultados.

“Tinha claro para onde queria ir, não sabia bem como. Por isso, Marta foi importante e nos mostrou que éramos capazes de superar os limites e ter um desempenho muito maior do que tínhamos naquele momento.” Para Torelly, do Moinhos de Vento, contratar consultorias renomadas e com grande experiência também é um ponto que deve ser levado em conta pelos empresários. Recentemente, o hospital contratou uma consultoria especializada na famosa metodologia da montadora japonesa Toyota para um projeto de seis meses. “Esperamos que a consultoria nos traga um upgrade de conhecimento; eles têm que saber mais do que nós e repassar metodologias novas.” Mas nem sempre a convivência entre a consultoria e os empregados é tranquila. “Existe a resistência dos funcionários, mas quando você consegue mostrar a importância e deixar claro o motivo do trabalho, este convívio fica mais tranquilo”, afirma Helena Gonçalves, presidente da empresa de recrutamento Nova Visão Humana. Torelly diz que há casos em que pode haver necessidade de trocar os profissionais envolvidos.“Já trocaram consultores pela inabilidade dele e já mudamos funcionários pela resistência deles”, afirma. Segundo ele, o consultor com humildade, capacidade de inovar e de compreender os processos vence qualquer resistência.