No curto prazo, retomada não deve provocar inflação
No primeiro trimestre, o IPCA acumulou alta de 2,06%, que recuou para 1% nos três meses seguintes.
Os economistas não veem riscos de forte aceleração da inflação no curto prazo por conta da retomada de um ritmo mais acelerado da atividade econômica. No primeiro trimestre, o IPCA acumulou alta de 2,06%, que recuou para 1% nos três meses seguintes. O Santander calcula que o PIB cresceu 0,9% entre abril e junho, o que significa um resultado anualizado de 3,7%, dentro do limite - entre 4% e 4,5% - de crescimento potencial considerado sustentado pelo banco, sem riscos de repique inflacionário.
O problema, diz Luiza Rodrigues, economista da instituição, está na retomada da atividade nos próximos meses. "Projetamos crescimento de 1,3% para o terceiro trimestre, o que vai representar taxa anualizada de 5,3%. Isso leva a crer que a inflação tende a acelerar, ainda mais em um quadro de taxa de juro ainda baixa, crédito abundante e massa salarial fortíssima", diz.
Mesmo assim, ela aposta que o Banco Central (BC) manterá a taxa Selic inalterada em 10,75% até o fim do ano, iniciando um ciclo de aperto monetário somente a partir do início do ano que vem.
O diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, avalia que os primeiros indicadores relativos ao terceiro trimestre apontam para uma recuperação moderada e não inflacionária. "Os estoques elevados de produtos como carros e aço, geram algumas restrições relevantes para um crescimento mais explosivo da produção industrial nos próximos meses", acredita. Barros projeta alta de 1,1% do PIB no terceiro trimestre. "Taxa compatível com a expansão potencial da economia."